quarta-feira, 22 de abril de 2020

LORD SERGULATH - ENTREVISTA FEVEREIRO DE 2020



De Limeira, pacata cidade relativamente próxima à São Paulo (capital), sopra um vento com cheiro de enxofre, quente. É de lá que se manifesta os ritos sonoros de uma horda destacável, a Lord Sergulath, veterana na cena do Black Metal old school paulista e experiente em apresentações ao vivo. A discografia, entretanto, é ainda bastante reduzida, contando com apenas uma demo autointitulada - mas não se engane - pelo que nos foi dito nessa entrevista por Diego, baterista, isso é apenas uma questão temporária. Deixemos então que ele seja o porta-voz dessas novidades infernais. 

Bruxa Velha Zine: Saudações! Primeiramente, é uma honra poder entrevistar a horda aqui no Bruxa Velha Zine! Comente um pouco sobre o nascimento da Lord Sergulath. Como vem sendo a trajetória da hora desde aquele tempo até hoje?

Diego – Primeiramente é uma honra estar participando dessa entrevista para o Bruxa Velha e estar participando desse trabalho bacana. Tudo começou lá em 2003 com o Paolo, do Thy Light, ele fazia as guitarras e os vocais, o Xua fazia o baixo e o Celso a batera. No início, a banda se chamava só Sergulath. Mas essa banda não durou muito tempo, mais ou menos uns dois, quando o Paolo saiu das guitarras e dos vocais e entrou no Desdominus. Desde então a banda acabou, e em 2014 o Xua veio me chamar para voltar a banda e fazer parte da banda, fazer a batera para eles. Achei bacana a proposta e acabei entrando na banda juntamente com o Taijasa, do Summun Heredis, que entrou fazendo vocais e guitarras. Essa formação não durou muito porque o Taijasa tava em processo de gravação com o Summun Heredis, então ele precisou se desligar. Aí entrou o Roger no vocal junto com o Dom, fazendo a guitarra. Aí com uns quatro meses de banda nós gravamos a demo com quatro músicas e logo em seguida descobrimos que havia uma banda em San Diego, na Califórnia, com o mesmo nome do Sergulath. Aí decidimos acrescentar o “Lord”, hoje até então “Lord Sergulath. Essa formação compôs mais sons, mas não gravamos. Em 2016 o Dom se desligou da banda por motivos pessoais, e desde então a banda começou a capengar. Entrava um guitarrista, ficava por um breve período, acabava saindo fora, veio outro, ficou uns oito meses, também não deu certo. A banda vinha capengando com guitarrista que entrava na banda e saia. Foi quando o Xua decidiu em 2019, no finzinho, acho que em agosto ou setembro, passar para guitarra. O problema era sempre esse, então ele comprou uma guitarra, pegou as músicas, e aí chamamos o Celso, que lá atrás, em 2003 era o batera. Aí ele começou a fazer o baixo. Chamamos o Solar, que era vocalista do Nashemah, para fazer os vocais conosco. Desde então, acho que a banda está fluindo, a gente está pensando em fazer um CD, uma gravação, está todo mundo focado, gosta das mesmas coisas, tá bem legal agora.

Bruxa Velha Zine – Vocês possuem uma demo lançada e disponível para áudio em canais voltados ao underground. Fale um pouco sobre o processo de composição e gravação desses hinos profanos. Eles foram bem recebidos pelo headbangers?



Diego – Acredito que foi bem recebido sim. Tem uma galera que nos acompanha, que gosta do som e acho que foi bem bacana. Foi bem cru, quer dizer, as músicas foram feitas em quatro meses, então foi bem rápido o negócio, então dava para ser melhor. As músicas atuais são bem melhores, são mais trabalhadas, a banda inteira na época, o Dom, o Roger, eu e o Xua, a gente amadureceu bastante em relação à composição. Em relação ao processo, geralmente o Xua, que antes era baixista e hoje é guitarrista, fazia a linha do som no baixo, vinha e trazia a música basicamente pronta e passava para mim, aí eu criava a batera em cima, consequentemente o Dom criava a guitarra em cima, e com o som pronto, bem resolvido (sempre tem uma coisinha ou outra para mexer, passar um tempo para lá, outro pra cá e tal), o Roger vinha e encaixava a letra. Basicamente é assim que são feitas as composições; alguém traz uma linha de som, passa para o outro, que encaixa sua parte e flui, cada um coloca aquilo que gosta e sente nas músicas. A gravação, quem fez foi o Celso, que hoje é o baixista. Na época ele tinha um estúdio e ele fez a gravação para gente.

Bruxa Velha Zine – Lord Sergulath vem se apresentando regularmente em bares e casas de show aí em SP. Há planos para virem profanar no Nordeste em algum momento? Já estiveram nessas terras quentes alguma vez?

Diego – Depois que a banda voltou com essa formação, nós fizemos duas apresentações: uma em várzea paulista, foi bom pra caramba, o retorno, quase um ano todo mundo parado, a gente fez um puta show com o Amen Corner, com o Bhardo, outras bandas que eu não vou me recordar agora, mas porra, foi massa pra caramba. Depois fizemos em Campinas, na Hey Bulldog, foi foda também. Hoje não temos nada planejado para o nordeste, mas seria uma honra tocar. Se surgisse um festival que desse para gente ir, seria uma baita experiência. Algum festival, algum lugar por aí, porque até então a gente só tocou dentro de São Paulo mesmo, do Estado de São Paulo. Nós nunca fomos para fora. Mas seria uma puta experiência e uma oportunidade boa de estar indo aí para o Nordeste. Sei que a cena aí é bem forte, é bem bacana. Seria legal sim. 

Bruxa Velha Zine: Fale um pouco sobre a sua visão da cena do Metal Nacional em geral. Muita coisa mudou desde o seu primeiro contato com o Underground? Quais hordas atuais você destacaria?

Diego- Eu acho que a cena é forte mas acho que falta um pouco mais de apoio. Sei lá, mais eventos. Para você ter uma ideia, aqui na cidade onde a gente mora, em Limeira, a gente nunca tocou, só tocamos em outras cidades. Aqui não tem muitos sons underground e tal. É bacana mas acho que falta mais lugares e oportunidades, ainda mais para uma horda de Black Metal como a gente, não é todo lugar que tem evento e essas coisas. Mas os poucos que tem são bacanas, a galera vai e curte, a galera que vai é quem gosta. É mais ou menos por aí. Tem bastante banda bacana. Porra, na nossa região tem muita coisa. Se eu for falar, daí deixo de falar de outra, isso acaba sendo injusto, tem muita banda bacana. Vou destacar só da nossa cidade: aqui temos o Nashemah, a banda do nosso vocalista Solar, tem o Throne of Skulls, uma banda de Death metal que o Celso tem em paralelo, o Summun Heredis, do Taijasa, tem muita banda legal na região.



Bruxa Velha Zine: Os integrantes iniciais da Lord Sergulath simpatizavam com a Quimbanda. Hoje em dia, mesmo com uma formação diferente, a banda ainda segue ou mantém esses princípios?

Diego – Sim, no início, com o Xua, o Paolo e o Celso, eles frequentavam a Quimbanda. Hoje o Celso voltou e o Xua continuou, eles ainda frequentam. Eu e o Solar simpatizamos, mas não participamos. As letras são sempre voltadas à essa ideologia, contando sobre essa religião, sobre a Quimbanda, voltado pra esse lado totalmente.

Bruxa Velha Zine: Lord Sergulath está em planejando lançar algo novo, seja demo, EP ou Full Lenght em 2020? Se sim, nos dê um pouco mais de detalhes.

Diego – Sim. Agora que a banda retornou forte com a nova formação, todo mundo focado, gostando do que faz, do estilo, a gente já tinha as músicas prontas, dez músicas prontas e a gente pensa em gravar sim esse ano, fazer um álbum novo. Eu mesmo tô desde 2014 com a banda e até hoje só com a demo por conta dos integrantes que não ficavam na banda, mas acredito que a Lord Sergulath está bem sólida hoje e a pensamos em gravar sim, um CD, uma coisa nova, pra quem não viu ou não tem, quem só viu a gente ao vivo e não tem o material físico. A gente quer gravar esse ano sim.

Bruxa Velha Zine: Com quais hordas, nacionais ou internacionais, você gostaria de dividir palco em alguma oportunidade ?

Diego – Se formos listar hordas que a gente gostaria de dividir palco seria uma infinidade, tem muita coisa. Tem muitas hordas boas por aí que a gente gosta, digamos que a gente nem tenta focar muito nisso de « ah, queríamos tocar com tal banda », como eu falei, a gente tem vontade em tocar nos festivais que tem no nordeste, tocar em outro país, na Argentina, Chile, na Colômbia, aqui do lado; tentar expandir mesmo outros ares e mostrar nosso som. Não digo bandas, tem muitas com que queríamos tocar, mas pensamos mais em tocar em outro estado aqui no Brasil, Nordeste, ou até mesmo fora, é o lado que mais focamos.



Bruxa Velha Zine: Além da Lord Sergulath, você está envolvido com outros projetos musicais ? Se sim, comente sobre eles. São diferentes ? Continuam dentro do campo do Metal ?

Diego – O Celso tem a banda paralela dele, Throne of Skulls, de Death Metal, ele tem também o Circle of Infinity, uma banda de Thrash/Death aqui da cidade, entre outras bandas. Ele também participa com a Nashemah, que tá voltando forte com o Solar no vocal, que era o original e o Celso era o batera na época, não me recordo agora, mas ele era do Nashemah também e o Xua tá fazendo o baixo pra eles. O guitarrista é o mesmo do Throne of Skulls, que toca junto com o Celso. São os projetos paralelos. Eu hoje só toco com o Lord Sergulath, mesmo.

Bruxa Velha Zine: A entrevista está chegando ao fim, se sinta livre para tecer um comentário aos leitores ou algo que ainda ache necessário dizer sobre a Lord Sergulath.

Diego – Bom, acredito que pra quem já conhece a banda e nosso som, tenho que agradacer pela compania, pela força que sempre deram, mesmo nesse problema sério da falta de integrantes, mas agora a banda tá forte e focada e em breve sairá um cd, um material novo pra galera curtir.  //



LORD SERGULARH É :

Solar : vocais
Xua : Guitarras
Celso : Baixo
Diego : Bateria

Contato :

https://www.facebook.com/pages/category/Musician-Band/Lord-Sergulath-752756698111516/


soundcloud.com/sergulath-black-metal

Nenhum comentário:

Postar um comentário