De
Limeira, pacata cidade relativamente próxima à São Paulo (capital), sopra um
vento com cheiro de enxofre, quente. É de lá que se manifesta os ritos sonoros
de uma horda destacável, a Lord Sergulath, veterana na cena do Black Metal old
school paulista e experiente em apresentações ao vivo. A discografia,
entretanto, é ainda bastante reduzida, contando com apenas uma demo
autointitulada - mas não se engane - pelo que nos foi dito nessa entrevista por
Diego, baterista, isso é apenas uma questão temporária. Deixemos então que ele
seja o porta-voz dessas novidades infernais.
Bruxa
Velha Zine: Saudações! Primeiramente, é uma honra poder entrevistar a horda
aqui no Bruxa Velha Zine! Comente um pouco sobre o nascimento da Lord
Sergulath. Como vem sendo a trajetória da hora desde aquele tempo até hoje?
Diego
– Primeiramente é uma honra estar
participando dessa entrevista para o Bruxa Velha e estar participando desse
trabalho bacana. Tudo começou lá em 2003 com o Paolo, do Thy Light, ele fazia
as guitarras e os vocais, o Xua fazia o baixo e o Celso a batera. No início, a
banda se chamava só Sergulath. Mas essa banda não durou muito tempo, mais ou
menos uns dois, quando o Paolo saiu das guitarras e dos vocais e entrou no
Desdominus. Desde então a banda acabou, e em 2014 o Xua veio me chamar para
voltar a banda e fazer parte da banda, fazer a batera para eles. Achei bacana a
proposta e acabei entrando na banda juntamente com o Taijasa, do Summun
Heredis, que entrou fazendo vocais e guitarras. Essa formação não durou muito
porque o Taijasa tava em processo de gravação com o Summun Heredis, então ele
precisou se desligar. Aí entrou o Roger no vocal junto com o Dom, fazendo a
guitarra. Aí com uns quatro meses de banda nós gravamos a demo com quatro
músicas e logo em seguida descobrimos que havia uma banda em San Diego, na
Califórnia, com o mesmo nome do Sergulath. Aí decidimos acrescentar o “Lord”,
hoje até então “Lord Sergulath. Essa formação compôs mais sons, mas não
gravamos. Em 2016 o Dom se desligou da banda por motivos pessoais, e desde
então a banda começou a capengar. Entrava um guitarrista, ficava por um breve
período, acabava saindo fora, veio outro, ficou uns oito meses, também não deu
certo. A banda vinha capengando com guitarrista que entrava na banda e saia.
Foi quando o Xua decidiu em 2019, no finzinho, acho que em agosto ou setembro,
passar para guitarra. O problema era sempre esse, então ele comprou uma
guitarra, pegou as músicas, e aí chamamos o Celso, que lá atrás, em 2003 era o
batera. Aí ele começou a fazer o baixo. Chamamos o Solar, que era vocalista do
Nashemah, para fazer os vocais conosco. Desde então, acho que a banda está
fluindo, a gente está pensando em fazer um CD, uma gravação, está todo mundo
focado, gosta das mesmas coisas, tá bem legal agora.
Bruxa
Velha Zine – Vocês possuem uma demo lançada e disponível para áudio em canais
voltados ao underground. Fale um pouco sobre o processo de composição e
gravação desses hinos profanos. Eles foram bem recebidos pelo headbangers?
Diego
– Acredito que foi bem recebido sim. Tem
uma galera que nos acompanha, que gosta do som e acho que foi bem bacana. Foi
bem cru, quer dizer, as músicas foram feitas em quatro meses, então foi bem
rápido o negócio, então dava para ser melhor. As músicas atuais são bem
melhores, são mais trabalhadas, a banda inteira na época, o Dom, o Roger, eu e
o Xua, a gente amadureceu bastante em relação à composição. Em relação ao
processo, geralmente o Xua, que antes era baixista e hoje é guitarrista, fazia
a linha do som no baixo, vinha e trazia a música basicamente pronta e passava
para mim, aí eu criava a batera em cima, consequentemente o Dom criava a
guitarra em cima, e com o som pronto, bem resolvido (sempre tem uma coisinha ou
outra para mexer, passar um tempo para lá, outro pra cá e tal), o Roger vinha e
encaixava a letra. Basicamente é assim que são feitas as composições; alguém
traz uma linha de som, passa para o outro, que encaixa sua parte e flui, cada
um coloca aquilo que gosta e sente nas músicas. A gravação, quem fez foi o
Celso, que hoje é o baixista. Na época ele tinha um estúdio e ele fez a
gravação para gente.
Bruxa
Velha Zine – Lord Sergulath vem se apresentando regularmente em bares e casas
de show aí em SP. Há planos para virem profanar no Nordeste em algum momento?
Já estiveram nessas terras quentes alguma vez?
Diego
– Depois que a banda voltou com essa
formação, nós fizemos duas apresentações: uma em várzea paulista, foi bom pra
caramba, o retorno, quase um ano todo mundo parado, a gente fez um puta show
com o Amen Corner, com o Bhardo, outras bandas que eu não vou me recordar
agora, mas porra, foi massa pra caramba. Depois fizemos em Campinas, na Hey
Bulldog, foi foda também. Hoje não temos nada planejado para o nordeste, mas
seria uma honra tocar. Se surgisse um festival que desse para gente ir, seria
uma baita experiência. Algum festival, algum lugar por aí, porque até então a
gente só tocou dentro de São Paulo mesmo, do Estado de São Paulo. Nós nunca
fomos para fora. Mas seria uma puta experiência e uma oportunidade boa de estar
indo aí para o Nordeste. Sei que a cena aí é bem forte, é bem bacana. Seria
legal sim.
Bruxa
Velha Zine: Fale um pouco sobre a sua visão da cena do Metal Nacional em geral.
Muita coisa mudou desde o seu primeiro contato com o Underground? Quais hordas
atuais você destacaria?
Diego-
Eu acho que a cena é forte mas acho que
falta um pouco mais de apoio. Sei lá, mais eventos. Para você ter uma ideia,
aqui na cidade onde a gente mora, em Limeira, a gente nunca tocou, só tocamos
em outras cidades. Aqui não tem muitos sons underground e tal. É bacana mas
acho que falta mais lugares e oportunidades, ainda mais para uma horda de Black
Metal como a gente, não é todo lugar que tem evento e essas coisas. Mas os
poucos que tem são bacanas, a galera vai e curte, a galera que vai é quem
gosta. É mais ou menos por aí. Tem
bastante banda bacana. Porra, na nossa região tem muita coisa. Se eu for falar,
daí deixo de falar de outra, isso acaba sendo injusto, tem muita banda bacana.
Vou destacar só da nossa cidade: aqui temos o Nashemah, a banda do nosso
vocalista Solar, tem o Throne of Skulls, uma banda de Death metal que o Celso
tem em paralelo, o Summun Heredis, do Taijasa, tem muita banda legal na região.
Bruxa
Velha Zine: Os integrantes iniciais da Lord Sergulath simpatizavam com a
Quimbanda. Hoje em dia, mesmo com uma formação diferente, a banda ainda segue
ou mantém esses princípios?
Diego – Sim, no início, com o Xua, o Paolo e o
Celso, eles frequentavam a Quimbanda. Hoje o Celso voltou e o Xua continuou,
eles ainda frequentam. Eu e o Solar simpatizamos, mas não participamos. As
letras são sempre voltadas à essa ideologia, contando sobre essa religião,
sobre a Quimbanda, voltado pra esse lado totalmente.
Bruxa
Velha Zine: Lord Sergulath está em planejando lançar algo novo, seja demo, EP
ou Full Lenght em 2020? Se sim, nos dê um pouco mais de detalhes.
Diego – Sim. Agora que a banda retornou forte com a
nova formação, todo mundo focado, gostando do que faz, do estilo, a gente já
tinha as músicas prontas, dez músicas prontas e a gente pensa em gravar sim
esse ano, fazer um álbum novo. Eu mesmo tô desde 2014 com a banda e até hoje só
com a demo por conta dos integrantes que não ficavam na banda, mas acredito que
a Lord Sergulath está bem sólida hoje e a pensamos em gravar sim, um CD, uma
coisa nova, pra quem não viu ou não tem, quem só viu a gente ao vivo e não tem
o material físico. A gente quer gravar esse ano sim.
Bruxa
Velha Zine: Com quais hordas, nacionais ou internacionais, você gostaria de
dividir palco em alguma oportunidade ?
Diego – Se formos listar hordas que a gente gostaria
de dividir palco seria uma infinidade, tem muita coisa. Tem muitas hordas boas
por aí que a gente gosta, digamos que a gente nem tenta focar muito nisso de
« ah, queríamos tocar com tal banda », como eu falei, a gente tem
vontade em tocar nos festivais que tem no nordeste, tocar em outro país, na
Argentina, Chile, na Colômbia, aqui do lado; tentar expandir mesmo outros ares e
mostrar nosso som. Não digo bandas, tem muitas com que queríamos tocar, mas
pensamos mais em tocar em outro estado aqui no Brasil, Nordeste, ou até mesmo
fora, é o lado que mais focamos.
Bruxa
Velha Zine: Além da Lord Sergulath, você está envolvido com outros projetos
musicais ? Se sim, comente sobre eles. São diferentes ? Continuam
dentro do campo do Metal ?
Diego – O Celso tem a banda paralela dele, Throne of
Skulls,
de Death Metal, ele tem também o Circle of Infinity, uma banda de Thrash/Death
aqui da cidade, entre outras bandas. Ele também participa com a Nashemah, que
tá voltando forte com o Solar no vocal, que era o original e o Celso era o
batera na época, não me recordo agora, mas ele era do Nashemah também e o Xua
tá fazendo o baixo pra eles. O guitarrista é o mesmo do Throne of Skulls, que
toca junto com o Celso. São os projetos paralelos. Eu hoje só toco com o Lord
Sergulath, mesmo.
Bruxa
Velha Zine: A entrevista está chegando ao fim, se sinta livre para tecer um
comentário aos leitores ou algo que ainda ache necessário dizer sobre a Lord
Sergulath.
Diego – Bom, acredito que pra quem já conhece a banda e nosso som,
tenho que agradacer pela compania, pela força que sempre deram, mesmo nesse
problema sério da falta de integrantes, mas agora a banda tá forte e focada e
em breve sairá um cd, um material novo pra galera curtir. //
LORD
SERGULARH É :
Solar :
vocais
Xua :
Guitarras
Celso :
Baixo
Diego :
Bateria
Contato :
https://www.facebook.com/pages/category/Musician-Band/Lord-Sergulath-752756698111516/
soundcloud.com/sergulath-black-metal
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