RESENHA
EXCLUSIVA PARA O BLOG DO BRUXA VELHA ZINE
Mais um disco de Atmospheric
Black Metal pra lista de resenhas do Bruxa Velha Zine. Esse é um meio do metal
bastante prolífico e de qualidade elevada – muitas bandas/projetos/one-man
bands surgem com essa proposta e lançam álbuns muito satisfatórios de se
escutar.
O álbum aqui resenhado pertence
ao projeto de nacionalidade mista Gefrorene Fee. Digo nacionalidade mista pois
dois dos três membros são brasileiros e o restante, sueco. Os vocais ficam por
conta de Weird, responsável também pela one-man band Frozen Dreams (vale a pena
conhecer). Não é a toa que a sonoridade entre ambos os projetos tenha tanta
similaridade, mas a verdade é que os vocais dele no Gefrorene Fee me parecem
ainda mais melancólicos e dramáticos. Skymning e Auztaroth são os brasileiros e
fundadores – o primeiro cuida das guitarras e dos contrabaixos, enquanto o
segundo assumiu os sintetizadores e a programação da bateria.
“Gefrorene Fee”, traduzido para
o nosso português, significa algo próximo de “Fada Congelada”. Isso me fez
evocar uma imagem interessante – Fadas e outras criaturas místicas representam
sonhos de infância, de inocência, que acabam sendo consumidos inteiramente pela
sonoridade fria, agressiva, mas onírica, traduzida principalmente pelos
teclados de Auztaroth, que por vezes simulam o som de uma caixinha de música
infantil. Isso aproxima esses universos tão distintos e consequentemente
aproxima mais o ouvinte das músicas. E a capa lembra muito os conceitos do
clássico Agalloch, que acreditamos ser uma influência latente. “Shcneegeist”
foi lançado num belo formado digipack em junho de 2020 e possui distribuição
mundial pela GSP Records, portanto, se você escutar e gostar do disco após a
resenha compre-o!.
Indo para a parte musical, os
destaques ficam por conta de Auztaroth e os teclados sagazes que ele inclui nos
arranjos e isso contribui com a carga dramático-emotiva das músicas. As
guitarras de Skymning são bastante simples, em algumas partes bastante
repetitivas, inclusive, mas não é uma crítica. Fez bem a sonoridade que não
fossem colocadas como protagonistas. Acompanhadas dos teclados, elas ganham
força e funcionam bem como um elemento de apoio nas atmosferas gélidas. E os
vocais de Weird, ora limpos e graves, ora rasgados, trazem às estruturas da
música muita riqueza de dinamismo e variação. A única crítica vai para o som da
bateria, que ficou um tanto aquém da sonoridade dos outros instrumentos.
Poderia ter sido mixada um pouco mais alta – evitaria a impressão de som magro
e, em algumas partes, robótico que ela possuiu no final. No próximo álbum, quem
sabe, isso seja corrigido.
Entre os destaques de
“Schneegeist”, posso apontar “Storm Grimm”, com um ótimo trabalho de Weird nos
vocais e um sintetizador assombroso. A faixa título é talvez a melhor do disco!
Que linda introdução! Que variações rítmicas bem pensadas! O bom gosto dessa
composição é realmente notável. A faixa de abertura, “Stilleben”, também é
incrível e convidativa – se você gostar dela, gostará de todo o álbum.
Para finalizar, Gefrorene Fee é
um projeto bastante interessante e bem prodigioso – uma grata surpresa de disco
para se ouvir nessa época de pandemia. A equipe do Bruxa Velha Zine não apenas
gostou do que ouviu, como está curiosa para conferir outros lançamentos, mais
maduros, vindos desses músicos. Se você gosta de Black Metal atmosférico, não
se arrependerá em colocar “Schneegeist” em sua prateleira.
GEFRORENE FEE É:
Weird –
Vocais, letras
Skymning
- Guitarras, Contrabaixo
Auztaroth - Sintetizadores, Bateria (Programada)
Facebook: https://www.facebook.com/gefrorene.fee/
Bandcamp: https://gefrorene-fee.bandcamp.com/
Adquira o álbum Digital aqui: https://gefrorene-fee.bandcamp.com/album/schneegeist
Adquira o CD físico aqui: https://gsproduction.bandcamp.com/album/schneegeist